QUEM SOMOS

Romanos 12 é um grupo de teatro sediado em Lisboa, na zona de Benfica, constituído por um conjunto de pessoas que trabalha, não remuneradamente, segundo alguns métodos e princípios orientais (Japoneses, Chineses e Coreanos) e que se identifica ideológica e espiritualmente com a doutrina de Cristo.

A Direcção Artística do Grupo, quer na área da formação como na área da encenação, está a cargo de um profissional licenciado em Teatro.

Romanos 12 tem como missão a Evangelização através de um Teatro defensor da Transformação, Salvação do Mundo e dos Seres Humanos. O grupo tem como principais actividades a formação (artística e espiritual) dos seus membros constituintes e as apresentações públicas de Espectáculos de Teatro que combatam a injustiça e a desigualdade, praticados de forma dedicada, disciplinada e inteligente tal como uma Arte Marcial.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Yoshi Oida acerca do Teatro e das Artes Marciais


Segundo Yoshi Oida (actor e escritor japonês) em seu livro ‘’O Actor Invisível, a arte da interpretação caminha lado a lado com as artes marciais. Para ele, tanto actor como artista marcial têm de seguir com os treinos físicos de forma disciplinada e aplicada e ambos têm de estudar diferentes formas de artes como canto, dança, artesanato e, principalmente, as diferentes situações em que se encontrariam: a tensão de um combate ou de actuar. Estas comparações podem ser explicadas de maneira bem simples. Segundo os grandes mestres de Kung Fu, não existe artista marcial que não seja inteligente. Ele pode ser mal treinado ou não estar maduro o suficiente, e não saber como pensar em determinadas situações; mas um experiente e bem treinado “Artista Marcial” de fato saberá como agir e pensar independente da situação em que se encontre. Com o actor não é muito diferente: ele deve ser capaz de agir e pensar de maneira rápida e sagaz enquanto estiver nos palcos ou aguardando nas coxias; deve ser capaz de perceber, mudar de planos e tomar a atitude mais coerente nos palcos quando alguma coisa não sair como havia sido planejado durante os ensaios. Os antigos samurais (guerreiros imperiais do Japão antigo) davam prioridade à limpeza. Não só a limpeza física (do espaço ou do corpo), mas principalmente a limpeza da mente e do movimento, a concentração total e a perfeição alcançada nos mínimos detalhes. Isto só se alcançava com muito treino e principalmente com a prática incansável da repetição. O treino físico do actor não é muito diferente: é necessário muita dedicação e determinação para atingir os níveis de perfeição e precisão de movimento que o actor precisa a fim de expressar-se com verdade durante a actuação. Tanto a arte marcial quanto a arte da interpretação são baseadas principalmente na busca do auto-conhecimento e do desenvolvimento interior, uma vez que é necessário gerar mudanças internas e externas para ambas as artes. Nas camadas mais profundas da consciencialização corporal, temos uma série de factores psicomotores que interferem directamente no controle das nossas expressões. Quando bem treinados e com um nível de alta concentração, o actor se torna capaz de falar sem emitir palavras, mover-se sem movimentos, calar-se sem silêncio. O actor, assim como o artista marcial, trabalha a vida toda em busca do aperfeiçoamento técnico e da fluidez psicofísica. Isto requer uma grande habilidade e prontidão, mantendo assim sua interpretação sempre viva. Flexibilidade do corpo e da mente, força física e espiritual, capacidade de ler o outro apenas pelo corpo assim como a de se comunicar com apenas um simples olhar, são características e qualidades que ambos, actor e artista marcial possuem quando atingem o auge do seu treino. Entendemos, assim, que duas artes distintas podem ter suas semelhanças. Embora haja diferentes formações e géneros de atores e artistas marciais, aqueles que estudam a arte como um todo, chegam mais perto de encontrar um ponto de intersecção entre elas, e percebem que, acima de tudo, todas as artes (plásticas, dança, música, etc.) estão ligadas, unidas, e complementam-se umas às outras.


                        

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